36º Encontro de
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"Novas e antigas práticas encontrando-se com a
comunidade e sua criatividade em Educação Química" 14 e 15 de outubro de 2016, Pelotas, RS |
Estrutura do Evento e Atividades
Mini Curso 27- O uso de Jogos Lógicos de Tabuleiro para o ensino aprendizagem nas Ciências
O raciocínio lógico pode ser desenvolvido e estimulado através de brincadeiras, desafios, enigmas, quebra-cabeças, entre outras atividades que exigem certo exercício mental. Este exercício tem impacto direto no aprendizado de conteúdos que requerem associações lógicas: não apenas relacionados com a área de exatas (Matemática, Física e Química), mas também com outras áreas que, mesmo que menos evidentes possuem uma relação lógica bem definida entre assuntos abordados (Português e História). Desenvolver o raciocínio lógico significa aumentar a capacidade pessoal de avaliar situações do cotidiano, tomar decisões e aprender novos conteúdos. No Programa de Extensão Jogos Lógicos de Tabuleiro, os jogos são apresentados em uma sequência didática de complexidade crescente, onde a cada etapa procura-se acrescentar um novo conceito de associação lógica. Diferentes jogos – com distintos cenários, regras e grau de dificuldade – são apresentados e praticados com o intuito de evitar a polarização ou foco em um jogo específico; estes naturalmente tenderiam a fazer o raciocínio lógico exercitar a memorização de padrões, estratégias, técnicas do jogo em questão e movimentos repetitivos. A variação dos cenários e regras incentiva o indivíduo a entender um novo contexto e desenvolver rapidamente suas próprias estratégias para alcançar o objetivo determinado sem necessariamente ter estudado com antecedência a situação em questão. É possível comparar este comportamento ao nosso cotidiano, em que temos de tomar decisões em relação a imprevistos e situações inesperadas. Além do tradicional jogo sobre a mesa, com tabuleiros de papel e tampas de garrafa PET, onde há uma disputa individual entre os participantes, são apresentadas também as modalidades do jogo gigante e do jogo vivo (ou humano). No jogo gigante, com o tabuleiro desenhado no chão e as peças sendo garrafas, é possível realizar as disputas em duplas ou trios criando assim um espírito de equipe e de negociação entre os pares para a escolha da melhor jogada. Já no jogo vivo as pessoas são as peças do tabuleiro e quem está do lado de fora não interfere nas decisões das jogadas. Inúmeras variantes desses jogos são criadas pelos professores e alunos após o curso de formação, a partir das realidades desses e dos materiais disponíveis no ambiente escolar. Mais especificamente no processo de ensino aprendizagem das ciências, os “peões” se tornam elementos químicos e durante o jogo além de tentar bloquear o adversário e alinhar suas peças, a formação de uma fórmula química dá pontos na competição. A modalidade do jogo vivo tem nos surpreendidos no aspecto de conhecermos melhor os nossos alunos, suas posturas perante o grupo, suas personalidades em relação ao trabalho em equipe, e também no aspecto lúdico e recreativo de participar de um jogo de quadra. As relações interpessoais são intensificadas e vários perfis são rapidamente identificados dentre os jogadores, possibilitando interações sociais e otimizando a convivência entre pares. A inserção dos jogos lógicos de tabuleiro, mais especificamente os jogos abstratos de estratégia, nas escolas tem se mostrado efetivo não apenas no sentido de motivar o exercício do raciocínio lógico dos alunos, mas, principalmente, na questão da integração social.